Design, arte… e luz. A capacidade de ver e recriar o mundo.
A percepção visual por meio da observação dos elementos ou nosso redor é uma habilidade fundamental para um profissional atuar na criação e design. (...)
Autor: Lazaro Lucio
“Há leis de proporções, de luz, de sombra e de perspectiva, que é preciso conhecer para desenhar um motivo; se essa ciência nos falha, arriscamos travar eternamente uma luta estéril e não conseguimos nunca criar.” Van Gogh
Quando o designer precisa criar um layout, ou se vai desenvolver um logotipo, ou ainda uma ilustração, escultura, fotografia, etc., pode deparar com um enorme vazio entre o que diz o briefing e o resultado esperado.
Transmitir uma mensagem de maneira inovadora é um grande desafio para o designer, pois organizar elementos de textos com traços e formas geométricas, ou contornos e cores para chegar ao design final não é um caminho fácil.
Como criar um design agradável?
As posições dos elementos na arte precisam de harmonia, equilíbrio e proporção para que esta seja agradável à percepção do observador, uma vez que os elementos da natureza nos fornecem bases espontâneas da sensação de beleza, coerência, ritmo etc.
Assim, a semelhança, a unidade, a proximidade, a pregnância, o fechamento e a continuidade visual, que são fundamentos básicos da Gestalt – teoria que considera os fenômenos psicológicos e conceitos estéticos da forma – estão sempre presentes na vida humana e merecem a atenção do designer.
A percepção visual se dá a partir da observação dos elementos posicionados diante dos olhos do observador, e este processo não é simples, embora seja espontâneo, considerando que somos seres que absorvem as formas e cores refletidas pela luz no ambiente no qual estamos expostos e focados.
Se o designer quer resposta positiva do observador alvo da comunicação visual, o que pode fazer para manter seu foco e atenção, e durante quanto tempo?
Estas questões podem fazer a diferença na hora de estabelecer o layout, o design dos traços, a escolha dos estilos e tamanhos dos tipos, das formas dos objetos, e, claro, das cores e posições da composição. São itens que podem determinar a força da comunicação visual, portanto, devem ser estudados e bem considerados na hora de criar.
Como toda criação começa com uma ideia e um rascunho, baseados em um objetivo, este início nunca deve ser travado, deve ter, ao contrário, toda liberdade de desenvolvimento possível, uma vez que o designer já possui seu alvo e seu objetivo de comunicação, deve rabiscar seu layout, suas formas etc., com liberdade.
Isto é muito importante na hora de libertar a mente sobre o papel. Aliás, não apague a evolução dos seus rabiscos, eles são importantes para o desenvolvimento de sua criação.
É neste momento de inovar que entram as proporções, as perspectivas, as formas geométricas e principalmente, a luz. O contraste, o isolamento e a direção, a estruturação e a hierarquia, a constância dos elementos visuais resultarão na pregnância, isto é, na percepção harmônica do observador, na ordem e simetria da composição, que darão foco na mensagem visual.
Chegamos aqui na simplicidade visual trazida pela luz na observação das proporções formais, nas cores e perspectivas, que resultam numa comunicação produtiva.
Se não conhecermos os princípios humanos no relacionamento com a luz, que transforma nosso ambiente observável em múltiplas informações, um designer não poderá ter sucesso na fluência dos seus layouts, o artista não fará composições de cores e formas agradáveis à vista e as fotos também ficarão “sem brilho”, sem contraste e sem profundidade.
Criar é próprio da natureza humana, mas sem exercer a profunda percepção sobre os muitos elementos contextuais, pela observação, sem pesquisar o impressionante papel da luz, que resulta em contraste, cor, profundidade, perspectiva, que impressiona com seus raios a nossa retina e atingem os nossos neurônios, produzindo inúmeros impulsos criativos, ficaremos na mediocridade da arte visual.
Não adianta ser complexo sem direção, na simplicidade pode estar o resultado efetivo da criação.
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