Como será o profissional da 4a revolução industrial?
Abandonar a zona de conforto e alçar novos voos nem sempre é fácil. Que diga o profissional da 4ª revolução industrial, que vive momentos de transição (...)
Autor: Portal TD
Toda mudança causa estranhamento e exige esforço para uma adaptação fluida. O profissional da 4a revolução industrial está vivendo isso atualmente, tentando entender e incluir as novas tecnologias na rotina empresarial.
A transformação digital pode também ser vista com receio e preocupação por alguns, uma vez que diversos estudos preveem substituições massivas do homem por soluções automatizadas. Este, por exemplo, acredita que quase metade dos trabalhadores norte-americanos correm o risco de perder suas posições até o ano de 2030.
Em países com altos índices de desemprego, os dados realmente assustam – especialmente se tratando da população mais jovem, que não tem experiência, mas precisa encontrar brechas para entrar no mercado de trabalho.
Mas é claro que são as nossas ações, hoje, que poderão mudar a forma como as coisas são feitas amanhã. Enquanto muitos se preocupam com demissões em massa causadas por soluções tecnológicas, outros enxergam oportunidades de crescimento e especialização.
Ainda estamos engatinhando quando o assunto envolve temas como análise de big data, robótica, internet das coisas, machine learning e inteligência artificial. Consegue imaginar o potencial que essas inovações nos oferecem?
Pense na quantidade de novas funções que podem surgir a partir disso. Algumas delas a gente talvez nem mesmo consiga prever atualmente.
Um estudo do McKinsey & Company, que considerou 46 países ao redor do globo, concluiu que cerca de metade das atividades profissionais podem ser automatizadas, adaptando-se ao novo. Isso quer dizer que não é preciso ter medo, mas sim investir no treinamento de novas habilidades.
O que muda no mercado de trabalho
Você sabia que a 4a revolução industrial é um dos tópicos mais discutidos nos debates recentes entre os candidatos à presidência na Coreia do Sul? A informação é da Bloomberg, que também revela que o país foi considerado o mais inovador de todos no ano passado.
Dentre as medidas tomadas por Moon Jae-in, o último presidente eleito, estão a criação de um comitê especial com foco nos avanços tecnológicos e o treinamento de 10 mil professores de ciências da computação para o desenvolvimento de habilidades mais atuais.
Uma reportagem do The Guardian sobre as mudanças no ambiente de trabalho elenca uma série de transformações corporativas na era digital. Dentre elas:
01. Nada de separatismo
Não existe mais esse lance de “sala do chefe” no ambiente corporativo moderno. Empresas que abraçaram as tendências do mundo digital prezam pela troca facilitada. Quando CEOs, diretores, supervisores e coordenadores se misturam aos colaboradores e trabalham em conjunto com esses profissionais, o ambiente de trabalho muda. O resultado das ações, também.
A demanda é mais colaborativa e flexível, e a troca de opiniões e experiências é maior, o que otimiza a produtividade e gera resultados mais bem embasados e com conteúdo rico e ampliado.
02. O trabalho mecânico é dos robôs
Enquanto muitos têm medo de perder suas posições de trabalho para as máquinas, outros enxergam nelas outras possibilidades. Se os robôs conseguem dar conta das exigências mais mecânicas e burocráticas, isso significa que os colaboradores têm mais tempo para se dedicar a processos criativos.
Graças aos avanços em técnicas de machine learning, é possível não apenas coletar e armazenar uma infinidade de dados, como também analisá-los para gerar estratégias de ação. Tudo fica mais rápido quando existe automatização.
De fato, programas inteligentes afetam a área de trabalhos manuais. Por outro lado, ao absorver demandas mais rotineiras, as soluções inteligentes permitem que esses profissionais se concentrem mais em atividades relacionadas ao lado criativo.
03. Mais produtividade em menos tempo
Tecnologias vestíveis para monitoramento em tempo real, através de pulseiras e relógios digitais, por exemplo, fazem com que o gestor saiba se alguém do time está estressado, deprimido ou cansado.
O oferecimento de feedbacks através de plataformas online e sistemas de GPS que informam a localização e o rendimento dos profissionais também são adotados. Se o número de entregas vem caindo em uma constante, algo está errado.
Aplicativos desse tipo comunicam o estado de espírito e a saúde dos funcionários aos responsáveis, que podem tomar atitudes e resolver o problema antes que as coisas fiquem mais sérias.
Preocupação com a equipe, sim. Manutenção e até aumento da qualidade do que é entregue por ela, também.
Como se preparar para o novo panorama
Ninguém quer precisar exigir uma transformação de um dia para o outro quando isso envolve toda uma cultura organizacional. Uma das formas de estar à frente da concorrência é não pensar apenas nos profissionais que você já tem, mas naqueles que podem se tornar parte da sua equipe no futuro.
Em outras palavras, preparar os estudantes para posições que ainda não existem pode ser a carta na manga para os que desejam investir nos profissionais do futuro. Lembra da decisão do presidente da Coréia do Sul, que mencionamos acima? Tem tudo a ver com isso.
Esta reportagem afirma que existe uma estimativa de que mais de um bilhão de jovens ingressarão no mercado de trabalho dentro dos próximos 10 anos. Portanto, um dos principais desafios dos gestores e educadores, hoje, é ajudá-los com ensinamentos vistos como cruciais para as vagas de emprego futuras.
Pense que, se existe a tendência da maioria das tarefas serem automatizadas, quem serão as pessoas que garantem o funcionamento de todos esses softwares? Quem poderá resolver problemas de execução ou falhas de sistema?
Se tudo está na nuvem e as pessoas não precisam mais se preocupar com atividades repetitivas e mecânicas, certamente precisaremos de colaboradores que saibam lidar com essas tecnologias e consigam integrar aplicativos para otimizar o fluxo de trabalho.
Por fim, é preciso trabalhar questões que a inteligência artificial não é capaz de suprir. Isso inclui empatia, conexão com outros seres humanos e a capacidade de compreender sentimentos e sensações.
O que vem por aí…
Pegando o gancho anterior, ainda que a máquina possa nos levar até onde quisermos mais rapidamente, ela ainda deixa a desejar quando a questão é trabalhar com habilidades mais humanas, como serem criativas ou empáticas. A criatividade, porém, será um dos pontos mais fortes exigidos dos profissionais do futuro.
A inteligência emocional, em contraste com a inteligência artificial dos robôs, será outra condição importante para todos os membros de uma equipe.
Segundo um estudo organizado pelo Fórum Econômico Mundial sobre o futuro das profissões, há dois tipos de trabalho que devem ser muito requisitados dentro dos próximos anos: o de analista de dados e os representantes de vendas especializados.
O primeiro, devido à necessidade que as empresas já têm de interpretar dados e usá-los a favor do negócio. O segundo, para entender os produtos a fundo e negociar com clientes, cada vez mais exigentes e antenados.
“Outras especialidades incluem novos tipos de recursos humanos e especialistas em desenvolvimento organizacional, engenharias voltadas a materiais, bioquímica, nanotecnologias e robótica, especialistas para relações governamentais e regulatórias, profissionais de sistemas de informação geoespacial e designers comerciais e industriais.”
As indústrias de energia e mídia também precisarão de profissionais mais bem preparados para lidar com a transformação digital dentro dos próximos anos.
Se muitas pessoas ocupam cargos e desempenham funções que não apreciam, especialmente aquelas relacionadas a tarefas repetitivas, não seria mais fácil repassar essas obrigações para a máquina?
Considerando a velocidade de mudança e uma visão mais empreendedora, não seria muito mais prático se os profissionais pudessem se concentrar melhor em estratégias e processos criativos, que precisam da interação humana para gerarem resultados mais abrangentes, sem perder tempo com burocracias?
O desafio está em reorganizar o modelo de negócios das empresas para que este profissional da 4a revolução industrial possa desempenhar papéis realmente importantes e, consequentemente, gerar resultados mais interessantes e de acordo com as tendências futuras de mercado.
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