IoB – Internet of Bodies: entenda o que é e onde está aplicada
Assim como o IoT revoluciona ao conectar objetos, a IoB - Internet of Bodies transforma a relação dos nossos corpos com tecnologia. Confira!
Autor: Redação Impacta
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A Internet of Bodies é uma área da tecnologia que vem ganhando bastante espaço nas nossas vidas. Ela está nos smartwatches, marcapassos e outras soluções para monitoramento da saúde dos usuários, por exemplo.
A IoB visa conectar o corpo humano com dispositivos digitais. Fique com a gente e saiba mais sobre essa tecnologia, seus usos, desafios – e riscos.
O que é Internet of Bodies?
O IoB é um dos braços da Internet das Coisas que busca integrar dispositivos tecnológicos ao corpo. A tecnologia utiliza o organismo como uma plataforma de dados, coletando e monitorando informações importantes sobre o mesmo.
Em outras palavras, a IoB se conecta ao corpo através de equipamentos ingeridos, implantados ou conectados a ele de alguma forma. Uma vez que essa conexão seja estabelecida, o corpo e o equipamento podem ser monitorados remotamente.
Soa como um filme de ficção científica, mas não se assuste, pois os usos práticos dessa tecnologia não têm nada a ver com as narrativas controladoras do cinema hollywoodiano. Na verdade, você provavelmente já teve contato com algum equipamento de IoB.
Os avanços na tecnologia de Internet of Bodies traz consigo inúmeros benefícios, como aumento nas chances de prevenção de doenças, produtividade e encorajamento para as pessoas participarem ativamente da manutenção da qualidade de sua saúde.
As três gerações de IoB
As tecnologias de Internet of Bodies são divididas em três categorias, chamadas de gerações:
Corpo Externo
Esse é o tipo mais comum de encontrarmos no nosso dia a dia atualmente, conhecido como primeira geração de IoB. Sua integração com o corpo ocorre por meio de equipamentos externos.
Exemplos são os smartwatches e outros dispositivos wearable, como Apple Watch e Fitbits.
Corpo Interno
A segunda geração de IoB é integrada ao corpo humano através de dispositivos internos.
Podemos citar como exemplo implantes auditivos e cerebrais, marcapassos ou pílulas de monitoramento para exames de imagem.
Corpo Incorporado
Na terceira geração de IoB, tecnologia e corpo estão “fundidos” e possuem conexões em tempo real com uma máquina remota, facilitando a coleta e o envio de dados ou até mesmo intervenções ativas.
Exemplos de aplicações da IoB
Você deve ter percebido a importância da IoB para o monitoramento da saúde de indivíduos. Então vamos citar alguns exemplos das aplicações da tecnologia no nosso dia a dia.
Marcapassos
Marcapassos mais recentes podem transmitir informações sobre o paciente de maneira contínua e em tempo real para seu médico. O dispositivo instalado no tórax do indivíduo é conectado ao coração por meio de fios isolados.
Esse equipamento acompanha e monitora os batimentos cardíacos, podendo inclusive regular os mesmos em caso de alguma anormalidade. Portanto, são cruciais para ajudar a tratar a insuficiência cardíaca.
Smartwatches
Os smartwatches são os dispositivos de IoB mais presentes em nosso cotidiano. Eles são capazes, através dos seus inúmeros sensores, de oferecer um panorama ao usuário de suas atividades físicas e dieta.
Esses equipamentos facilitam a visualização das principais informações e métricas sobre a saúde, pois eles podem rastrear passos, medir a frequência cardíaca, padrões de sono, entre outros indicadores importantes de bem-estar.
Pílulas digitais
No ano de 2017, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, permitiu o uso da primeira pílula digital.
Esse é um dispositivo de IoB não muito conhecido, mas sua função é bastante interessante, tendo em vista que é capaz de monitorar se o paciente está ingerindo os medicamentos.
As pílulas digitais podem oferecer possibilidades maiores de analisar o cumprimento das recomendações médicas, principalmente em quadros que a manutenção do consumo dos medicamentos é essencial para a eficácia do tratamento e o bem-estar do paciente.
O uso na pandemia de Covid-19
A pandemia do novo coronavírus está sendo um evento desafiador para toda humanidade e, portanto, diversas tecnologias têm sido postas em prática para mitigar os danos causados pela doença e ajudar na recuperação dos infectados.
Um exemplo do emprego da Internet of Bodies durante a pandemia foram os termômetros inteligentes desenvolvidos pela startup americana VivaLNK. Esses dispositivos foram utilizados em alas de enfermaria do Centro Clínico de Saúde Pública de Shanghai, na China.
Os termômetros inteligentes monitoram de maneira remota a temperatura dos infectados por Covid-19, diminuindo o contato direto entre os enfermeiros e os pacientes e, consequentemente, o contágio dentro do hospital.
Os dados colhidos são enviados em tempo real para um painel de observação e, caso seja identificada alguma anormalidade na temperatura, um alerta é emitido para a equipe médica, permitindo intervenções rápidas e eficazes, além da análise de tendências ao longo do tempo no quadro dos pacientes.
Desafios e riscos da tecnologia de Internet of Bodies
Apesar das possibilidades que a IoB pode trazer para nossas vidas, o avanço dessa tecnologia está cercado de questões morais e éticas. Grande parte delas relacionadas a segurança e a privacidade dos dados de quem usa esses dispositivos.
Existe uma zona nebulosa quando falamos sobre legislações que tratem sobre as normativas de uso das informações colhidas por meio da Internet of Bodies.
Afinal, são informações bastante íntimas e que, em mãos erradas, podem ter utilidades maliciosas.
Por exemplo, a Amazon, gigante do e-commerce americano, patenteou tecnologias para a construção de uma pulseira capaz de monitorar a produtividade de seus funcionários.
A partir do registro da localização e dos movimentos das mãos dos mesmos, a pulseira iria vibrar ao perceber qualquer sinal de distração.
Portanto, se por um lado a tecnologia aparece como uma potenciadora da produtividade dentro do ambiente laboral no futuro, por outro enfrenta uma série de questionamentos éticos.
Com o uso da pulseira, o empregador teria acesso a informações muito íntimas do funcionário, como por exemplo a quantidade de idas ao banheiro. Tal tecnologia poderia infringir direitos trabalhistas e a privacidade do indivíduo.
Ainda não é certo se essa tecnologia será produzida e implementada pela empresa americana, mas a situação mostra a importância de debates acerca do uso da IoB e do fomento de legislações que visem evitar violações de direitos.
Mas os riscos não estão apenas nas esferas individuais. Segundo matéria de 2018 do jornal americano The Washington Post, posições militares estratégicas americanas poderiam estar sendo reveladas por meio de dados coletados por pulseiras de monitoramento de atividades físicas de soldados, o que elevaria o debate a uma questão de segurança nacional.
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