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Clean Architecture: Entenda o que é e por que construir um sistema com arquitetura limpa é tão importante

Acesse o Impacta Blog e saiba o que é Clean Architecture e por que construir um sistema com arquitetura limpa é tão importante!

Autor: Redação Impacta

A Clean Architecture, conceito popularizado por Robert C. Martin, também conhecido como Uncle Bob, emerge como uma solução robusta para construir sistemas escaláveis e de fácil manutenção. 

No mundo do desenvolvimento de software, a qualidade do código e a eficiência da arquitetura são cruciais para o sucesso de um projeto. 

Neste artigo, exploramos o que é Clean Architecture, seus princípios, erros comuns, práticas recomendadas e os benefícios de sua implementação.

Clean Architecture: O que é Arquitetura Limpa?

A Clean Architecture representa uma abordagem estratégica no desenvolvimento de software que põe ênfase na manutenção da organização e estrutura do código de forma que permaneça resiliente a mudanças, seja em tecnologia, frameworks, ou requisitos de negócios. 

A ideia é que, ao manter o núcleo da aplicação isolado desses elementos, o software se torna mais fácil de modificar, testar e entender.

Central para a Clean Architecture é a noção de independência de domínio, onde a lógica de negócios de uma aplicação — o que ela faz e como faz — é mantida separada e independente de como a aplicação é apresentada ao usuário (UI), de onde e como os dados são armazenados (banco de dados), e de outras questões de infraestrutura. 

Isso é conseguido por meio de uma série de camadas concêntricas, onde cada camada externa pode conhecer e se comunicar com a camada interna, mas não o contrário. 

No centro, encontram-se as entidades, que representam os conceitos do domínio de negócio e suas regras diretas. 

Em volta das entidades, existem os casos de uso, que encapsulam toda a lógica de negócios específica da aplicação. 

Mais adiante, estão os adaptadores, que convertem dados entre a forma mais conveniente para os casos de uso e entidades, e a forma mais conveniente para os agentes externos, como o banco de dados ou a web.

Implementar a Clean Architecture em um projeto de software promove a desacoplagem, facilita a testabilidade, e aumenta a flexibilidade, permitindo que desenvolvedores se adaptem rapidamente a novas tecnologias ou mudanças nos requisitos de negócios sem a necessidade de reescrever grandes partes do sistema. 

Esta abordagem para o design de software não é apenas uma maneira de construir sistemas robustos; é uma estratégia para garantir que o software possa evoluir e crescer de forma sustentável ao longo do tempo.

Princípios da Clean Architecture

A Clean Architecture é fundamentada em uma série de princípios destinados a promover a criação de software que seja resiliente, flexível e fácil de manter. 

Esses princípios orientam os desenvolvedores a estruturar sistemas de uma maneira que minimize a dependência de elementos voláteis e maximize a clareza, a utilização e a eficiência. Vamos explorar esses princípios com mais detalhes:

1. Independência de Frameworks

O software não deve ser escravizado por frameworks ou bibliotecas externas.

Isso não significa evitar seu uso, mas sim construir o sistema de tal maneira que sua arquitetura não fique comprometida pela escolha de uma ferramenta específica.

A ideia é permitir a fácil substituição ou atualização de frameworks sem impactar a arquitetura do sistema.

2. Testabilidade

O sistema deve ser projetado de forma que seus componentes sejam facilmente testáveis. Isso implica que a lógica de negócios pode ser testada sem a UI, banco de dados, web server ou qualquer outro elemento externo.

A capacidade de testar a lógica de negócios de forma isolada é um indicador de uma boa separação de preocupações e uma arquitetura bem estruturada.

3. Independência da UI

A interface do usuário deve ser tratada como um aspecto externo ao núcleo da aplicação.

Isso significa que mudanças na UI não devem exigir mudanças na lógica de negócios ou regras da aplicação.

Esse princípio apoia a ideia de que o mesmo sistema possa operar com diferentes interfaces sem a necessidade de reestruturação significativa.

4. Independência de banco de dados

A aplicação deve ser construída de forma que qualquer sistema de armazenamento possa ser utilizado sem afetar a lógica de negócios.

Essa abordagem facilita a migração, testes e manutenção do software, além de promover a flexibilidade na escolha ou alteração dos sistemas de armazenamento de dados conforme necessário.

5. Independência de agentes externos

O sistema deve ser projetado para operar independentemente de quaisquer agentes externos, como serviços de terceiros ou APIs.

A comunicação com esses elementos externos deve ser tratada por meio de adaptadores ou portas, garantindo que qualquer dependência externa possa ser facilmente substituída ou modificada sem impactar o núcleo do sistema.

6. Regras de negócio centrais

As regras de negócio, ou entidades, são o coração do sistema. Elas devem ser independentes de frameworks, UI, banco de dados ou qualquer outro detalhe técnico. Isso assegura que o núcleo do sistema seja sólido, coeso e não contaminado por preocupações externas.

Principais erros

A implementação da Clean Architecture traz consigo um conjunto de desafios e, se não cuidadosamente gerenciados, podem levar a erros significativos que comprometem os objetivos dessa abordagem. 

Abaixo, detalhamos alguns dos principais erros cometidos durante a implementação da Clean Architecture e como eles podem ser evitados:

1. Sobrecarga de complexidade

Um erro comum é adicionar uma complexidade desnecessária ao tentar aderir estritamente aos princípios da Clean Architecture. 

Isso geralmente se manifesta na forma de múltiplas camadas de abstração ou na implementação rigorosa de padrões de design em partes do sistema onde eles não são benéficos práticos. 

A chave para evitar esse erro é aplicar os princípios de maneira pragmática, focando na solução dos problemas reais que o projeto enfrenta.

2. Acoplamento excessivo

Apesar de a Clean Architecture promover a desacoplagem, um erro comum é a falha em separar corretamente as responsabilidades, levando a um acoplamento excessivo entre as camadas. 

Isso pode acontecer quando as regras de negócio não são claramente definidas ou quando há uma dependência direta em frameworks e bibliotecas externas. 

Reforçar as fronteiras entre as camadas e garantir que as dependências sejam unidirecionais ajuda a evitar esse problema.

3. Negligência com a separabilidade dos componentes

Outro erro é a falha em manter a separabilidade entre os componentes do sistema, particularmente entre a lógica de negócios e a infraestrutura. 

Isso pode dificultar testes, manutenção e futuras alterações no software. A utilização consciente de interfaces e a inversão de controle são estratégias eficazes para manter a separabilidade e promover a independência dos componentes.

4. Implementação inadequada de casos de uso

A implementação inadequada de casos de uso, fundamentais para a articulação da lógica de negócios, pode resultar em uma arquitetura que não reflete verdadeiramente as necessidades do negócio. 

Isso geralmente ocorre quando os casos de uso são muito genéricos ou muito específicos, não capturando a essência das operações que eles pretendem representar. 

Uma abordagem centrada no negócio, que envolva uma compreensão profunda das necessidades dos usuários e dos objetivos da aplicação, é essencial para evitar esse erro.

5. Falta de flexibilidade

Embora a Clean Architecture vise a flexibilidade, uma implementação rígida pode, paradoxalmente, levar a uma falta de adaptabilidade. 

Isso acontece quando a arquitetura se torna tão prescritiva que qualquer desvio dos princípios é visto como inaceitável, mesmo quando tal desvio poderia trazer benefícios significativos. 

Manter uma mentalidade aberta e adaptável, avaliando constantemente as práticas à luz dos objetivos do projeto, é crucial para evitar esse erro.

Evitar esses erros requer uma compreensão profunda dos princípios da Clean Architecture, bem como um comprometimento com a sua implementação de maneira equilibrada e pragmática. 

Isso envolve estar aberto a ajustes e refinamentos conforme o projeto evolui, garantindo que a arquitetura continue a servir seus objetivos principais de manutenção, flexibilidade e escalabilidade.

Práticas recomendadas

Para implementar a Clean Architecture com sucesso, é essencial seguir algumas práticas recomendadas. 

Entre elas, se destacam a utilização de Inversão de Dependências para desacoplar componentes, o uso de padrões de projeto que promovam a separação de preocupações, e a manutenção de uma cobertura de testes sólida para garantir a integridade do sistema ao longo de mudanças.

Benefícios de se aplicar a Clean Architecture

Os benefícios da aplicação da Clean Architecture são inúmeros. Eles incluem a melhoria na testabilidade do código, a facilidade de manutenção e atualização do sistema, a flexibilidade para adaptar-se a novas tecnologias e requisitos de negócios sem grandes refatorações, e a escalabilidade que permite ao sistema crescer de forma sustentável.

Clean Architecture em diferentes linguagens

  • Clean Architecture C#: O .NET oferece uma vasta gama de ferramentas e bibliotecas que facilitam a implementação da Clean Architecture, permitindo uma separação clara entre a lógica de negócios e a infraestrutura.
  • Clean Architecture Flutter: O Flutter, sendo um framework para desenvolvimento móvel, se beneficia enormemente da Clean Architecture para a construção de apps escaláveis e de fácil manutenção.
  • Clean Architecture Java: Java, uma linguagem com forte presença no desenvolvimento de sistemas empresariais, se alinha perfeitamente aos princípios da Clean Architecture, promovendo a construção de sistemas robustos e eficientes.

A Clean Architecture não é apenas uma metodologia de design; é uma filosofia de desenvolvimento de software que, quando bem aplicada, pode transformar a maneira como os sistemas são construídos, tornando-os mais flexíveis, escaláveis e, acima de tudo, sustentáveis a longo prazo. 

Ao adotar os princípios da técnica, os desenvolvedores podem garantir que seus projetos estarão preparados para enfrentar os desafios do futuro, independentemente das mudanças tecnológicas ou das exigências do mercado.

Aproveite e assista também a live do João Victorino, professor da Impacta, para aprender mais sobre o assunto.

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