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Photoshop serve para quê?

Autor: Redação Impacta

Pois é, em muitas conversas com amigos, alunos, ex-alunos, ou profissionalmente, muito se questiona porque devemos aprender Photoshop.

Não, quem trabalha com design não consegue mesmo viver sem o programa, mas como tudo na vida tem a corrente do bem, Photoshop também tem a corrente do mal.

Outra coisa incrível! Escrevi esse artigo sem utilizar nenhuma imagem – que desafio.

Algumas opiniões que serão colocadas, não tem a intenção de ofender moral ou profissionalmente qualquer cidadão. É apenas uma opinião que deve ser questionada se assim você entender. Nosso espaço é democrático. Então vamos lá.

Antes dos avanços tecnológicos, principalmente na área de imagens, a integridade dos profissionais tinha maior valor. Fotógrafos tinham que entender de luz, sombra, enquadramento, composição, estética e, entender como é capturada uma bela fotografia. A revelação e ampliação no papel fotográfico, tinha lá seus truques, seus segredos de profissão. Muitos fotógrafos ficavam bravos quando da reprodução de suas fotos em jornais, revistas, catálogos, etc.

Por que essa revolta?

Os meios de impressão não reproduziam a fidelidade da fotografia. Ora a imagem ficava “lavada”, desfocada, carregada de tinta, com excesso ou falta de contraste, enfim. A fotografia nua e crua no papel fotográfico era fantástica, mas perdia muita qualidade na reprodução. Moral da história, para capturar imagens(fotografar), era necessário ser um profissional do assunto, ou seja, um fotógrafo. Fotografias não eram editadas, tratadas – não eram manipuladas. A única manipulação existente era o corte. Mas mesmo assim o resultado de reprodução não era culpa dos fotógrafos, mas sim do fotolito, da impressora offset ou rotativa, do gravador de chapas, enfim, o que não faltava eram desculpas.

Para ajustar a imagem aos processos de reprodução (mídias) era necessário uma ferramenta que possibilitasse a adequação correta da imagem com o objetivo especificado, ou seja, a saída, a reprodução da imagem em grande escala – múltiplas cópias.

O Photoshop foi iniciado em 1987, trabalho dos irmãos Thomas Knoll e John Knoll . Foi lançado pela Adobe somente em 1990. Nessa época os equipamentos não comportavam a edição de imagens de alta resolução, dependendo do tamanho físico. Os computadores não tinham memória suficiente para armazenar as edições. Basicamente trabalhava-se com imagens em preto e branco pela limitação do hardware. Mas já era um grande avanço.

Quando em 1994 a Apple lançou a série Macintosh Quadra, finalmente conseguiu-se trabalhar com imagens coloridas em 300 dpis.  Mas, mesmo assim, era difícil de tratar imagens. Não havia mídias de transporte de arquivos. Para que o processo funcionasse corretamente, utilizávamos um sistema denominado OPI – onde os arquivos originais de imagens ficavam armazenados no servidor do birô de geração de fotolitos. Mas isso é um assunto muito técnico e passado, deixa prá lá!

Bem, então chega de história!

O Photoshop é um aplicativo criado para trabalhar fotografias (Photo). Até a versão 5.5 (eu, isso é uma opinião minha, autor desse texto) o aplicativo cumpria seu papel perfeitamente e, de quebra, ainda nos dava algumas ferramentas de pintura. Embora os ilustradores preferissem e ainda preferem Illustrator ou CorelDRAW, alguns outros ilustradores já efetuavam pintura digital com o Photoshop. Legal, afinal era possível fazer com a pintura, maquiagem digital, por exemplo.

Muitos fotógrafos hoje, ainda mais com o advento da fotografia digital, não capricham tanto assim na hora de obter suas fotos. Muitos pensam: – Depois eu arrumo no Photoshop!

Posso afirmar a todos uma coisa, foto ruim nem o Photoshop dá jeito. Dá para tentar melhorar, mas nunca ficará igual a uma boa fotografia.

Ah, mas então para que serve o Photoshop? Disseram que ele faz milagres!

Penso eu em uma lista de atividades que o Photoshop pode executar de forma profissional. Vamos a ela.

  1. Adequar uma imagem a mídia alvo, ou seja, foto para tela tem uma característica, foto para jornal tem outra característica e foto para impressão em papel off-set ou papel couche tem outra característica. Essa é a primeira função do software, partindo-se do principio que a foto foi bem capturada. Além disso, temos que pensar na resolução que cada uma dessas mídias exige e também, o sistema de cor. Isso é básico. Ou melhor, isso é fundamental.
  2. Cortes – uma fotografia é basicamente um retângulo. Muitas vezes não queremos utilizar a foto no seu formato original e aqui entra o Photoshop. Antes utilizávamos tesoura ou estilete. Hoje utilizamos o comando Crop.
  3. Selecionar – é a tarefa mais árdua do Photoshop. Fico boquiaberto com alguns recortes e ajustes efetuados em áreas selecionadas. Saber selecionar é vital para saber aproveitar o melhor do aplicativo. E ai, como anda sua habilidade com seleções?
  4. Pequenas correções – Imagine uma modelo consagrada, no dia de uma sessão de fotos, aparecer com uma bela espinha na testa. Na fotografia profissional alguém irá maquiar a modelo, mas mesmo assim, teremos uma bela saliência na testa da bonitona. Uma carimbada com Clone Stamp ou com Healing Brush resolverá esse pequeno acidente geográfico cutâneo.  Ah, isso você já sabia, certo? E sem o Photoshop, como você corrige isso?
  5. Exposição e Contraste – às vezes, por mais que o ajuste de diafragma, obturador, fotometria e ISO estejam adequados, a inserção de uma imagem em uma página de diagramação, pode exigir um pouco mais ou um pouco menos de luz. Ou ainda saturar para mais ou para menos as cores da imagem. Ai o Photoshop é fantástico, mas é, na linguagem do tratamento de imagens, um “tapinha”. Tapinha é quando você efetua um pequeno ajuste. Esse ajuste era efetuado antigamente no momento de ampliar a foto, deixando a mais ou menos tempo na exposição de luz.
  6. Sujar o branco. Sim, sujar o branco. Fotografias não devem possuir áreas brancas. Áreas brancas são do papel. Na ampliação fotográfica, as áreas brancas de uma imagem podem até ser mantidas, mas em reproduções por sistemas de impressão, o branco é o papel, ou seja, não existe imagem ali. A imagem é considerada “furada”. Para sujar áreas brancas, existe uma receitinha de bolo que pode inclusive ser inserida em uma action do Photoshop.  Qual é a receitinha? Depois eu conto.
  7. Pós-edição – A pós-edição é um recurso que deve ser explícito, ou seja, deve ficar claro para o observador a intervenção digital na fotografia. Alguns fotógrafos utilizam para climatizar fotografias de moda, produtos, narrativas, natureza, capas de DVD ou CD, enfim, percebe-se que a imagem foi manipulada intencionalmente. Penso que David Lachapelle é um dos melhores exemplos desse tipo de atividade – confira em: https://www.lachapellestudio.com/.
  8. Restauração – Outra atividade bem interessante de desenvolver com o Photoshop, é o trabalho com a restauração de fotos antigas ou danificadas. Mas deve ficar claro que o trabalho de restauração foi efetuado. Deve-se manter também o crédito do fotógrafo que produziu originalmente a foto – se soubermos quem foi.

Mas você agora deve estar pensando: – Eu faço muito mais que isso com o Photoshop. Eu crio layouts de web, mobile, faço pintura digital, crio formulários… beleza, já tive um aluno que diagramava jornal no Photoshop. Gosto de efetuar pintura digital com o Photoshop, um recurso muito legal graças às variações dos pinceis e a facilidade de trabalhar com as camadas (layers).

Mas o que queremos demonstrar com esse texto, é que o Photoshop foi desenvolvido para atender a necessidade digital de edição de imagens e, a lista contendo oito itens, oferece o que há de mais profissional, ou melhor, o que é obrigatório você saber.

Tem outras coisas importantes como a criação de Color Settings, a catalogação com o File Info, etc. Mas pensamos que antes de saber utilizar todas as possibilidades de um aplicativo, pense que ele tem funções específicas que determinam o direcionamento profissional da imagem.

E se você for se candidatar a trabalhar numa editora, num jornal, num estúdio fotográfico, os profissionais não querem saber se você sabe fazer gotas de água transparente pegando fogo. Eles precisam que você entenda o que é uma imagem, uma Photo. O resto, o resto é Shop.

Mas esse Shop pode garantir muito trabalho para você, desde que você tenha entendido qual é a principal função do aplicativo. E é sobre isso que falaremos em outras oportunidades.

Aprecie fotografias de grandes mestres, entenda a imagem física, impressa, emocional. Se você não souber isso, de nada adianta você conhecer o tal de Photoshop. Treine o seu olhar.

Para fechar esse artigo, fica um video bem interessante sobre as possibilidades de trabalho com o Photoshop. Talvez vocês até já conheçam esse video, mas vale a pena ser revisto.

Eduardo Engelmann é gerente de produtos da Impacta Art & Design e Gestor do Clube do Designer. Atuou como ilustrador, infografista e designer gráfico nos últimos 30 anos e também como instrutor no segmento de design da Impacta nos últimos 20 anos.

2 Comentários

  1. Jesus Pearcy Olaferdaso disse:

    Em Durban, os negociadores se preparam para mais uma rodada de decisões penosas, mais sobre processos do que sobre a

  2. Roneymar A. disse:

    Ótimo post! 😀

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