Como funciona a metodologia por trás do SCRUM?
Cada vez mais usada no gerenciamento de projetos com práticas ágeis a metodologia Scrum cresce entre os desenvolvedores de softwares. Conheça mais!(...)
Autor: Redação Impacta
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Quem já fez gerenciamento de projetos sabe: há desafios a serem superados todos os dias. Afinal, são muitos elementos envolvidos para conseguir produzir um item de qualidade que atenda aos requisitos, aos prazos e aos custos definidos inicialmente. Nesse sentido, uma das soluções criadas para lidar com essa demanda é a metodologia Scrum.
Esse tipo de método é formado por conjuntos de melhores práticas pensadas com o objetivo de otimizar processos e manter a empresa competitiva no mercado. No desenvolvimento de software, por exemplo, o Scrum é um dos frameworks de maior sucesso entre os profissionais do setor — seja em uma startup, seja em uma grande corporação.
Criamos este artigo especial sobre o tema para tirar quaisquer dúvidas que você tenha sobre o método e suas aplicações. Então, aproveite a leitura!
O que é Scrum
A metodologia Scrum é um framework usado para potencializar o trabalho da equipe de projetos e controlar a evolução do produto de forma eficaz, sempre de olho na qualidade e nos prazos. Ela é composta por ciclos de atividades programadas — os sprints —, com planejamento de tarefas e datas de início e fim determinadas.
O Scrum tem ganhado espaço e se mostrado eficiente para a entrega de projetos com qualidade e alto nível de satisfação. A implantação dessa metodologia ágil está diretamente relacionada à necessidade de oferecer respostas rápidas e entregas que liberem produtos funcionando, com mais agilidade e excelentes índices de qualidade.
Scrum é, portanto, uma alternativa para otimizar e organizar a equipe de desenvolvimento. Com a estruturação das demandas e das etapas do projeto, pode-se melhorar o rendimento e entregar mais resultados, sempre de forma rápida, escalável e organizada.
- A origem do Scrum
O desenvolvimento de software — área de profunda relação com a tecnologia e inovação — ganhou espaço rapidamente nas décadas que sucederam a criação dos computadores.
Entretanto, o aumento da demanda por soluções de software fez com que os profissionais da área enfrentassem alguns obstáculos no seu dia a dia. Os principais eram a forma engessada de trabalhar nos projetos e o tempo que isso levava.
Com muita burocracia para documentar os avanços do projeto, alguns grupos de especialistas passaram a propor formas mais eficientes de desenvolver. O principal objetivo era dar mais atenção aos processos que envolvem colocar a mão na massa — ou seja, acelerar as entregas sem que isso comprometesse a qualidade do produto.
Pensando nisso, um grupo de especialistas em Extreme Programming (XP) — um outro framework de grande sucesso — se reuniu no ano 2000 para elaborar um conjunto de práticas que servisse de referência para quem quisesse ser mais rápido e eficiente nesse trabalho.
O resultado da reunião foi o Manifesto Ágil, um marco para o desenvolvimento e a pedra fundamental para diversos frameworks.
O Scrum está diretamente relacionado com esse movimento, mas sua concepção é anterior. Em 1986, Hirotaka Takeuchi e Nonaka Ikujiru elaboraram uma estratégia mais flexível e ágil para otimizar a fabricação de automóveis e outros produtos. O artigo publicado trazia as ideias que serviam de base para o Scrum.
A principal característica do método era mudar a forma como a equipe trabalhava: em vez de uma série de processos em paralelo, todos trabalhariam focados nos mesmos objetivos, de forma cooperativa. O termo Scrum é emprestado do meio esportivo — no rugby, é o momento em que a partida vai ser reiniciada após ser marcada alguma infração.
A analogia é simples: após uma determinada ação ser tomada, o processo de desenvolvimento deve ser reiniciado com agilidade. Cada ciclo de trabalho, nesse contexto, é chamado de sprint e tem papel fundamental no conceito. As implicações que isso traz para a metodologia Scrum podem ser compreendidas por meio de uma análise dos principais pilares do framework.
Pilares do Scrum
Os três pilares que sustentam o funcionamento eficiente do Scrum são a transparência, a inspeção e a adaptação. Entenda o que significa a implementação de cada um deles:
1. Transparência
Todo projeto desenvolvido deve partir de um planejamento detalhado, no qual são estabelecidos os objetivos específicos a serem alcançados. O ponto aqui é fornecer a todos os membros da equipe informações para nortear seu trabalho. Eles devem estar alinhados e, por isso, a transparência desempenha um papel fundamental no processo.
Vale destacar importância de manter essas informações em um ambiente de fácil acesso para consulta.
2. Inspeção
Os processos de inspeção compõem o monitoramento que os gestores devem promover. Na prática, o objetivo é manter o controle sobre o andamento das atividades, garantindo que os objetivos estejam sendo alcançados e que os avanços ocorram no tempo previsto.
Um ponto que merece atenção é a frequência e a profundidade dessas inspeções. Afinal, elas não podem representar um empecilho que gere atrasos no projeto. A burocracia deve ser a menor possível.
3. Adaptação
Um dos grandes diferenciais da metodologia Scrum são as chamadas iterações incrementais. Grosso modo, trata-se de implementações que são feitas ao longo de todo o processo, gerando melhorias e otimizações no produto. Isso pode acontecer de diferentes formas.
Caso uma inspeção identifique que algo não está de acordo com os objetivos estabelecidos, uma adaptação pode ser feita. No entanto, não é só isso. No Scrum, o cliente passa a ter contato mais direto com o desenvolvimento para explicar mais detalhadamente suas necessidades e aprovar cada nova implementação.
Logo, é possível que surjam novas ideias e oportunidades de melhoria ao longo do processo de criação. Isso demonstra a flexibilidade do Scrum: se os objetivos mudam ao longo do desenvolvimento, a equipe é capaz de se adaptar rapidamente para atender a essa nova demanda.
Quando usar Scrum
A metodologia do Scrum é bastante flexível e pode ser adaptada a vários tipos de negócios. É fundamental ter um bom profissional da área para determinar como implantar a estratégia de negócio com o auxílio do método. Esse é um dos fatores que determinam o sucesso ou o fracasso da iniciativa.
Para quem está inseguro quanto à adoção dessa metodologia ágil, vale implantá-la inicialmente em um único projeto, talvez um de baixo risco, para comparar seu desempenho com o método tradicional: é essencial que seja demonstrada a agilidade das entregas e o foco em qualidade.
Conceitos
Existem alguns conceitos muito importantes no desenvolvimento de um projeto usando Scrum. São eles:
- Product backlog — registro das áreas que serão desenvolvidas no projeto;
- Release backlog — requisitos que serão trabalhados no product backlog;
- Sprint backlog — o que deve ser feito durante aquele sprint;
- Product Owner (PO) — dono do projeto;
- Scrum master — ponto de ligação entre o Product Owner e o restante da equipe;
- Equipe — profissionais que desenvolvem o produto.
Somado a isso, o Scrum promove certos eventos que delimitam a execução das atividades, como mostramos a seguir.
Os 4 eventos do Scrum
Primeiro, é preciso entender exatamente como funcionam as fases do desenvolvimento. O primeiro evento é relacionado a isso, enquanto os outros dizem respeito à execução das atividades e à melhoria contínua dos processos como um todo. Confira os detalhes de cada evento.
1. Sprint
Quando se usa Scrum, todas as atividades são feitas dentro de sprints, que são os ciclos de desenvolvimento. A duração de cada sprint depende do projeto, mas sua principal característica é a curta duração, o que explica a denominação “ágil” ao se falar da metodologia. O resultado deve ser a entrega de algo tangível para o cliente.
Outro ponto fundamental é a definição das datas de início e fim de cada sprint. Durante o sprint, todos os dias há uma reunião pela manhã — chamada de daily scrum —, para garantir que todos os envolvidos no projeto tenham conhecimento das atividades do dia anterior. Isso ajuda a identificar impeditivos e problemas.
Já a sprint review meeting é o momento em que os integrantes da equipe apresentam as funcionalidades implementadas. Ao final de cada ciclo, é feita uma sprint retrospective para que a equipe, com base nos aprendizados e no que foi feito anteriormente, faça o planejamento do próximo sprint.
2. Reunião diária
O chamado Scrum diário é feito para analisar o progresso das atividades e realizar ajustes finos. É uma fase que permite identificar problemas e discutir em conjunto as soluções mais eficientes. Contudo, é importante que essas reuniões tenham duração curta (até 15 minutos) para otimizar o tempo de trabalho da equipe.
Em geral, os principais assuntos a serem tratados são as atividades realizadas no dia anterior, as que devem ser feitas hoje e quais os obstáculos para que isso ocorra como o planejado.
3. Revisão do sprint
Ao final de cada Sprint, é feita uma reunião com todos os membros do time para discutir as atividades realizadas. Basicamente, são abordados os pontos que foram desenvolvidos, os que não foram e as eventuais dificuldades encontradas. A presença do PO nessa etapa é fundamental para que as informações levantadas se tornem ações de melhoria em projetos futuros.
4. Retrospectiva do sprint
Por fim, a retrospectiva tem como finalidade coletar o feedback de todos os envolvidos para otimizar as próximas atividades do projeto. Aqui, o mestre do Scrum também deve estar presente e a discussão pode abordar pontos positivos e negativos do sprint, a possibilidade de replicar a estratégia em outros projetos, as oportunidades de melhoria etc.
Sinergia da equipe
Os participantes da equipe devem estar bem integrados e alinhados em relação aos objetivos do projeto e da organização. A ideia é manter o foco na solução ideal para as necessidades levantadas no escopo. Se não houver essa coesão, o andamento e o resultado final podem ser prejudicados.
Etapas
A implementação de Scrum não ocorre de um dia para o outro, pois uma mudança cultural drástica é, em geral, incômoda. Uma boa forma de mitigar riscos é seguir o método cascata, implementando o método em um setor de cada vez.
Vale, por exemplo, começar com um projeto, aprender com os erros e somente depois expandir a metodologia para outras equipes. Veja, a seguir, o que é necessário para ter sucesso na implementação do método.
1. Product Owner
Para iniciar, é fundamental ter um Product Owner. Ele é o responsável pela visão e deve dominar os requisitos do produto. É esse profissional que avalia os riscos e benefícios do projeto e o que pode ou não ser feito. Ele é encarregado de entender a necessidade do cliente, bem como incentivar e motivar a equipe.
2. Scrum master
O Scrum master é o responsável pelo projeto. Ele guia a equipe em relação à estrutura do trabalho, além de ajudar os integrantes a superar dificuldades que possam comprometer sua produtividade. Por esse motivo, deve dominar os processos e as cerimônias do Scrum. Ele é o líder servidor da equipe e a auxilia no cumprimento dos objetivos.
3. Product backlog
É a lista de todas as tarefas necessárias para transformar a visão em realidade. Ela evolui ao longo do desenvolvimento do produto e deve ser bem estruturada para que atenda integralmente à necessidade do cliente. A atuação do Product Owner deve priorizar esses itens para garantir a produtividade.
Como esse processo tem procedimentos bem definidos, é comum que as pessoas tentem escapar dele fazendo solicitações urgentes. Para evitar isso, todos os pedidos devem passar pelo Product Owner — o único responsável por tudo o que acontece na lista de prioridades.
A equipe do projeto deve ser capaz de determinar se cada item do backlog é factível, se há informações suficientes e, ainda, elaborar estimativas para eles. Com isso, pode-se determinar a produtividade ou a velocidade do projeto.
4. Sprint
Na primeira reunião, a equipe define o primeiro sprint e seu respectivo sprint backlog. O objetivo de cada sprint é entregar um produto que possa ser usado, ou seja, algo que é testado, inspecionado e que poderia ser entregue ao usuário final. Essa característica não existe em outros métodos de trabalho.
Durante o sprint, há reuniões diárias de, no máximo, 15 minutos. Nelas, cada integrante da equipe demonstra o que foi feito no dia anterior, o que será feito no dia e quais impedimentos foram encontrados. Ao final do sprint, é importante avaliar o que deve ser repetido, o que deve ser melhorado e o que deve ser descartado.
5. Equipe
Os integrantes da equipe devem ter 100% das habilidades necessárias para que possam alcançar os objetivos. É preciso que sejam capazes de entregar os resultados no prazo estipulado, sem atrasos. As diversas partes do projeto devem ser cumpridas por eles de forma satisfatória para que a visão do Product Owner se torne possível.
A motivação desses profissionais deve ser constante, para garantir o nível de entrega e compromisso necessários. Afinal, eles são os responsáveis por construir o produto. Em geral, essas equipes têm de três a nove pessoas e são autogerenciadas.
6. Mudanças
Quando alterações forem necessárias, é o momento do segundo sprint. O que não pode ser concluído ou precisa de mais especificações deve ser planejado para ser finalizado no próximo sprint. No Scrum, as mudanças são incrementais, com o objetivo de chegar a um produto funcional.
Como você pôde ver, a metodologia Scrum representa um grande avanço no processo de desenvolvimento de softwares. Os benefícios que ela traz vão da otimização do tempo à redução de custos, além do aumento da satisfação do cliente. Então, vale a pena se especializar na área e colocar esse framework para trabalhar a seu favor!
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Boa tarde! Gostaria de receber uma proposta para treinamento de uma turma de 6 pessoas.
Obrigada
Olá, Tamyris. Muito obrigado pelo seu interesse em aprender com a gente! Em breve um de nossos Consultores entrará em contato com você para te passar todas as informações. Abraços!
Gostei muito do artigo do seu site. Estarei acompanhando sempre.Grata!!!
Que bom que gostou, Vera! Se inscreve para receber nossa Newsletter e não perder mais nada.