Ex-aluno da Faculdade Impacta é premiado em Cannes – Veja entrevista
Ex-aluno do MBA em Marketing Digital da Faculdade Impacta, Jonatas Fróes Pereira participou da campanha de marketing vencedora de prêmio em Cannes 2016.(...)
Autor: Rogério Fonseca
A Faculdade Impacta tem imenso orgulho em parabenizar o ex-aluno do MBA em Marketing Digital, Jonatas Fróes Pereira, pelo prêmio recebido junto com a equipe do Instituto Ayrton Senna no festival de Cannes de 2016.
Nosso aluno fez parte da equipe que recebeu um dos prêmios mais importantes do ramo publicitário: o Leão de Prata no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, realizado na França.
O prêmio em Cannes veio na categoria de Experiência Aumentada para mobile, pela campanha publicitária #NoPulsoDoBrasil, do Instituto Ayrton Senna em parceria com a J. Walter Thompson, uma das maiores agência publicitárias do mundo.
A campanha
A campanha premiada é baseada em um filme de animação com uma mensagem do tricampeão Ayrton Senna, com imagens que recriam as dificuldades e a superação que piloto teve em uma das suas mais belas vitórias, em março de 1991 em Interlagos no Grande Prêmio do Brasil.
O vídeo pode ser visto por meio de um aplicativo de realidade aumentada em uma pulseira amuleto que foi entregue a toda delegação brasileira que participou dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Veja o vídeo da ação:
Como foi trabalhar nesse projeto?
Batemos um papo com o ex-aluno Jonatas Fróes Pereira para saber como foi ajudar a realizar uma campanha de tanto sucesso e ser premiado em um dos mais importantes do ramo publicitário. Confira a entrevista:
Como nasceu a ideia da campanha #NoPulsodoBrasil?
A gente tem um desafio muito grande por aqui que é levar o legado do Senna para as novas gerações. Apesar da força histórica dele como piloto e de sua memorável trajetória, manter acesa a chama de um ídolo que deixou de existir há pouco mais de 22 anos ou contar sua história para pessoas que não o viram correr é algo bem complicado.
Com esse desafio em mente, nossa equipe está sempre buscando alternativas para levar esse legado pra frente, de uma forma contextualizada, que faça sentido na cabeça do público, e que possa proporcionar uma experiência agradável e emocionante àqueles que estão entrando em contato (muitas vezes) pela primeira vez com o campeão.
Quando o CPB convidou Ayrton Senna para ser embaixador in memorian das Paralimpíadas, sentimos que havia uma ótima oportunidade de trabalhar dessa forma com o público por meio dos atletas brasileiros, e depois de algumas discussões apareceu essa ideia.
Você imaginou que a campanha fosse ter uma repercussão tão grande?
Sim, era esperado que houvesse uma boa repercussão por conta do alcance que o evento tem, mas os resultados estão bem acima da expectativa. A ação gerou muita mídia espontânea, teve muita aderência.
Acreditamos que o apelo da mensagem com a tecnologia utilizada despertou a curiosidade do público, que quer pegar o celular e apontar para a pulseira para ter uma experiência diferente. Fãs de Senna de todo o mundo estão nos pedindo pulseiras, e as vendas internacionais estão tão boas quanto aqui no Brasil.
Como foi a sensação de receber um dos prêmios mais importantes da publicidade mundial?
Sinceramente, o prêmio não importa. A gente não trabalha pelo prêmio, trabalha pelo resultado, e o resultado com o público foi excelente.
Além do prêmio em Cannes, o que esse projeto trouxe de experiência e pontos positivos para a sua carreira?
Trabalhar com mobile para uma ação de realidade aumentada para levar uma mensagem tão tocante como essa foi algo bem interessante. É muito menos complexo do que parece e tem um impacto muito forte, porque você tá ali entregando uma comunicação legal no bolso do seu público, naquela telinha da qual ele não desgruda.
A pessoa experimenta aquilo e quer mostrar para mãe, para o pai, para os amigos, quer que todo mundo sinta a mesma coisa que ela, e isso comprova que a mensagem foi muito eficiente, que tocou.
Quando convidamos alguns atletas para testar as pulseiras em primeira mão, foi emocionante. Eles não estavam esperando por aquela mensagem daquela forma, e aquela reação meio desconcertada foi muito maneira. Naquele instante ficou evidente que a gente tinha acertado e que conseguiria motivar um pouco esse pessoal que dá um duro danado pra competir.
Mas acho que o maior aprendizado é que ainda existe muito para explorar nos meios digitais, especialmente quando os usamos para interagir com a realidade. As empresas precisam ousar mais, serem mais criativas, entender melhor o contexto de seus públicos, para explorar mais essas ferramentas e entregar coisas incríveis. É só querer e se permitir fazer bem feito.
O MBA em Marketing Digital da Faculdade Impacta e a experiência adquirida durante o curso contribuiu de alguma forma na sua trajetória profissional e para o êxito desse projeto?
Eu creio que sim, o curso continua contribuindo com a minha trajetória. Acho que o MBA abriu portas para que eu estivesse aqui no Instituto Ayrton Senna. Se especializar em algo hoje, para o mercado, é algo fundamental, e ter essa especialidade atrelada a uma instituição que tradicionalmente forma bons profissionais técnicos traz bastante peso para o currículo. Fora isso, a academia como um todo melhora a nossa forma de pensar, abre nossa cabeça, e essa abertura permite que a gente vá além do trivial.
Que mensagem você pode deixar para os alunos da Faculdade Impacta que também querem alçar voos altos e quem sabe um dia também ganhar um Leão de Prata, assim como você?
Primeiro eu diria: “Não foque nos prêmios”.
Se o seu objetivo na carreira é ganhar medalhas e troféu, talvez, você esteja indo pelo caminho errado. Pode até ser legal ganhar um prêmio, mas eles são absolutamente cosméticos. Se você quer ter uma carreira de sucesso, garanta bons resultados.
A função do marketing é vender, então, venda bastante, conquiste o público, fortaleça essa base de clientes, se relacione com eles para vender mais. Se a campanha não gerou receita, não há mérito algum em ganhar um troféu para empoeirar na estante. Campanha boa é campanha com resultado.
Mas acho que minha principal mensagem seria: “Faça o mercado acreditar no digital”.
O mercado brasileiro ainda é muito obsoleto. É muito comum você chegar em uma empresa, fazer uma proposta legal para que eles atuem na internet, por exemplo, e receber negativa por falta de conhecimento do marketing ou de diretorias, enfim, de gente que decide as coisas.
Isso acontece, porque trabalhar com digital é também um processo de educação empresarial: você precisará derrubar várias barreiras, mudar a cultura corporativa, hackear o sistema da empresa, colocar o jurídico, o financeiro, o RH e o presidente na mesma página. E isso não é algo fácil de fazer e exige muito esforço e dedicação.
E aqui estamos falando de anunciantes, veículos e também agências de publicidade. Tá todo mundo no mesmo barco. Todo mundo conhece alguém que está desanimado com o trabalho porque “nada dá certo”, mas na maior parte das vezes rolou uma desistência no primeiro não.
O fato é que se você quiser se dar bem vai precisar argumentar muito, defender muito seu ponto de vista, ser resiliente, ser político, aceitar o que o outro fala. E ouvir não.
Ninguém é obrigado a entender como funciona o digital, mas você como profissional dessa área tem como obrigação ensinar a importância disso, tornar os possíveis resultados mais tangíveis, comprovar que vale a pena fazer o investimento. Dificilmente você vai conseguir isso de primeira. Então, estude bastante e mostre o seu valor, isso com certeza você vai fazer coisas incríveis.
Deixe o seu comentário!