Um guia completo sobre carreira em Computação em Nuvem
A Computação em Nuvem já é uma realidade nas empresas e ajuda profissionais a desenvolverem soluções inovadoras. Entenda tudo aqui!
Autor: Redação Impacta
A transformação digital e os avanços tecnológicos impulsionados por ela causaram mudanças expressivas em nossa sociedade. Nesse contexto, a Computação em Nuvem — ou Cloud Computing — já é uma realidade nas empresas.
Entretanto, o conceito tende a ser tratado de forma muito superficial, deixando em aberto uma série de dúvidas.
Está sem tempo para ler o conteúdo agora? Escute o áudio abaixo:
Afinal, como exatamente funciona a nuvem?
Quais são os impactos que esse novo conceito está causando no mercado?
O que faz um profissional de tecnologia dessa área?
Vale mesmo a pena investir nessa carreira?
O objetivo deste guia completo é responder a essas perguntas e mostrar tudo o que você precisa saber sobre a Computação em Nuvem. Então, aproveite a leitura!
O conceito de Cloud Computing
O conceito de Computação em Nuvem, por si só, é bem simples.
Na prática, toda atividade que utiliza os recursos de um computador exige algum espaço digital para armazenamento e processamento de dados.
Durante muitas décadas, isso foi feito em um ou mais servidores físicos, no mesmo ambiente em que o operador do sistema executava as funções.
O ponto inovador da nuvem é justamente transferir esse ambiente de manipulação dos dados para um servidor externo.
Isso exige, por sua vez, uma conexão com esse hardware. Temos, então, duas opções: criar um serviço de nuvem próprio, no qual os servidores ficam em outro ambiente físico (na matriz da empresa, por exemplo), ou realizar o acesso via internet.
Portanto, podemos concluir que a nuvem torna disponível, por meio de um link externo, todos estes recursos de computação: armazenamento, processamento, bancos de dados, software, aplicações em geral etc. Entre essas opções, o serviço mais popular é o de armazenamento.
Já parou para pensar, por exemplo, que quando você acessa o Google Drive ou o Dropbox, você está guardando seus dados em um lugar fornecido por essas empresas? Pois é justamente esse o conceito de nuvem — ainda, é claro, que ele possa variar e incluir outros recursos que vão além do simples armazenamento.
A origem do conceito
Na década de 1990, muitos especialistas discutiram e elaboraram estratégias de uso da tecnologia, de maneira que o uso dos recursos à disposição fosse otimizado.
Um deles é John McCarthy, criador da linguagem de programação LISP. Seu principal foco era a possibilidade de compartilhar o uso de um único computador entre duas pessoas, de forma que seus recursos fossem distribuídos conforme a necessidade de cada usuário.
Já em 1997, Ramnath Chellappa propôs em uma de suas palestras o termo Cloud Computing. Posteriormente, essa foi a nomenclatura adotada para fazer referência a esse tipo de conceito.
Um ponto interessante a ser destacado, entretanto, é que a nuvem ainda não era compreendida como um serviço — algo que, na sua essência, ela não é.
Afinal, uma mesma empresa pode criar sua infraestrutura de TI em um prédio e disponibilizar o acesso aos recursos via conexão própria ou pela internet às suas filiais.
O ponto é que, com o tempo, surgiram fornecedores especializados nesse tipo de infraestrutura. Então, a estratégia passou a ser vendida como serviço: alguém oferece o espaço configurado e você aluga de acordo com a sua demanda específica.
Recursos da Computação em Nuvem
Além do armazenamento, a Computação em Nuvem pode envolver outros recursos. O processamento é um bom exemplo disso.
Grosso modo, você pode contratar um serviço no qual o provedor oferece uma solução instalada no ambiente dele e tudo o que você precisa fazer é acessar o site e operar o sistema. Em geral, isso é chamado de Software como um Serviço (SaaS).
Mais à frente, detalharemos alguns exemplos de aplicações desse tipo.
Outro exemplo é o oferecimento de uma plataforma de componentes que permitem aos desenvolvedores criarem e gerenciarem aplicações web.
Isso envolve o uso de linguagem de programação, bibliotecas, motores de execução etc. A categoria é conhecida como Plataforma como um Serviço (PaaS).
Por fim, temos ainda o modelo de Infraestrutura como um Serviço (IaaS).
Como o próprio nome sugere, trata-se de um pacote completo com todos os recursos que você precisa para manter uma operação digital. Isso inclui espaço para desenvolvimento de aplicações ou mesmo os recursos já prontos.
Em todos os casos, o provedor pode oferecer ainda algum tipo de suporte ou gerenciamento para o serviço. Em serviços básicos de armazenamento, por exemplo, isso inclui algum nível de segurança dos dados e um gerenciamento inteligente da localização dos arquivos.
Em outras palavras, a empresa responsável distribui os dados dos usuários de forma a otimizar o uso dos seus servidores, evitando o desperdício de espaço e, ao mesmo tempo, garantindo a estabilidade do serviço.
Os tipos de nuvem
O ponto destacado acima costuma trazer algumas dúvidas. Afinal, se eu contratar um armazenamento em nuvem, o provedor vai usar um mesmo servidor para armazenar meus arquivos e o de outras empresas? Na verdade, não é necessariamente assim.
Existem diferentes tipos de nuvem, justamente para atender às demandas de cada cliente.
O primeiro e mais básico é a nuvem pública, que segue o esquema mencionado: todos os usuários compartilham o espaço de um ou mais servidores, de acordo com a estratégia de gerenciamento do provedor.
A vantagem desse modelo é o custo, já que a otimização permite que o valor seja reduzido. Além disso, o serviço costuma ser sob demanda (on demand) — ou seja, você pode ajustar com certa frequência as características do plano ou mesmo pagar somente por aquilo que utilizou.
O segundo tipo é a nuvem privada. Como o próprio nome sugere, o usuário tem acesso exclusivo ao servidor e demais recursos disponíveis.
Em geral, esse modelo traz como principais vantagens o desempenho do sistema, que fica menos sobrecarregado, e a segurança. Contudo, o custo tende a ser maior.
Por fim, temos a nuvem híbrida. O modelo mescla os dois anteriores de acordo com o que for acordado no contrato.
Em geral, essa opção é adotada por empresas que querem manter dados mais sensíveis em um ambiente mais seguro e estável, enquanto bancos de dados genéricos podem ser mantidos em um ambiente compartilhado com mais tranquilidade.
Vale destacar que uma nuvem pública não é um ambiente em que qualquer pessoa pode acessar quaisquer dados.
Grosso modo, a questão da segurança se deve ao fato de que é mais fácil proteger e monitorar um servidor que, a princípio, somente sua empresa tem o endereço de acesso.
Os impactos da Computação em Nuvem no mercado corporativo
Seja por conta própria, seja integrada a outras tecnologias, a Computação em Nuvem gerou impactos significativos no mercado.
Destacamos aqui algumas mudanças que interferem não só na produtividade das empresas, mas nas formas de atuar no ambiente de trabalho.
Aquecimento da economia
Os últimos anos foram palco de um intenso aquecimento da economia global devido às oportunidades trazidas pelas novas tecnologias.
No que diz respeito à Cloud Computing, por exemplo, um estudo recente da Gartner aponta que os serviços de nuvem pública devem alcançar a impressionante marca de US$ 331 bilhões até 2022.
O motivo é bem simples. Um dos benefícios da Computação em Nuvem é que mesmo pequenas empresas podem impulsionar suas estratégias de negócio sem a necessidade de um grande investimento.
Por um preço acessível, elas podem criar uma infraestrutura 100% baseada em Cloud e dar início aos seus negócios.
Consequentemente, transformar uma boa ideia em negócio passou a depender mais da criatividade e do investimento eficiente do capital disponível.
Aceleração das inovações tecnológicas
Outro impacto relevante é o ritmo das inovações tecnológicas — que já vinha em alta, mas ganhou um novo fôlego com a nuvem.
Com cada vez mais startups entrando no mercado de TI e desenvolvimento, é natural que a competitividade traga como fruto novos produtos e soluções.
A mudança de cenário é tão significativa que estamos testemunhando o surgimento de novas profissões, sobretudo para lidar com esse tipo de tecnologia de forma estratégica.
Suporte à Inteligência Artificial
Outro motor da inovação na sociedade como um todo é a Inteligência Artificial (IA).
O que nem todo mundo sabe, entretanto, é que a Cloud Computing é parte importante do seu funcionamento nas empresas.
Afinal, são muitas as soluções que lidam com dados em tempo real e, na prática, a nuvem é a melhor forma de otimizar a sua performance.
Quando utilizamos um aplicativo de GPS no carro para fugirmos de um local de trânsito intenso, por exemplo, por trás da interface do app há um sistema de IA calculando a melhor rota a todo momento.
Para que isso seja possível, é importante que os dados coletados estejam distribuídos em nuvens diferentes, otimizando o acesso em tempo real.
Mesmo que um único servidor desse conta do recado, já imaginou o custo operacional para mantê-lo na empresa?
Suporte à segurança
A Computação em Nuvem promove melhorias na segurança em dois níveis diferentes, mas complementares. O primeiro é o nível físico.
Empresas de segurança patrimonial, por exemplo, utilizam a nuvem para sustentar seus sistemas de monitoramento e os bancos de dados.
Para se ter uma ideia, uma mesma equipe pode gerenciar e controlar o acesso a diferentes condomínios residenciais, operando da central da empresa.
O segundo nível é o digital. A cibersegurança, por exemplo, é uma questão cada vez mais discutida no ambiente corporativo.
Afinal, os dados se tornaram verdadeiros ativos, tendo papel fundamental nos negócios. Com a nuvem, é possível estabelecer sistemas de backup atualizados em tempo real, mas mantidos em um ambiente separado.
Assim, se o servidor da sua empresa sofre um ataque, você sabe que uma recuperação pode ser feita a partir do servidor Cloud. Vale destacar que, graças à nuvem, o próprio serviço de defesa cibernética já é oferecido de forma remota.
Business Intelligence
Outra tecnologia cujo desempenho é potencializado pela Computação em Nuvem é o Business Intelligence (BI).
Resumidamente, estamos falando da utilização de dados para otimizar as tomadas de decisão em um negócio. O papel da nuvem aqui é justamente disponibilizar os dados em um ambiente acessível, de forma organizada — da mesma forma que é feito com algumas aplicações de IA.
Um exemplo de aplicação é a coleta de dados de clientes nas redes sociais para desenvolvimento de produtos e serviços de acordo com as principais demandas desse público.
Internet das Coisas
A Indústria 4.0 tem como um de seus pilares essenciais a Internet das Coisas (IoT), tecnologia que é referência para qualquer empresa que almeja promover a transformação digital na sua operação.
Grosso modo, estamos falando de equipamentos ou dispositivos que se comunicam por meio de uma rede sem fio (wireless) para trocar dados diversos e disparar tomadas de decisão (humanas ou automatizadas).
No ambiente industrial, isso é usado para monitorar o desempenho das linhas de produção em tempo real. Com sensores em um determinado equipamento, por exemplo, é possível reunir na nuvem dados de indicadores (temperatura, pressão, velocidade, vibração etc.), para que eles sejam processados por um software de Analytics.
Com a nuvem, a análise em tempo real pode apontar eventuais anomalias de comportamento que indiquem um risco de quebra ou falha. Se há um excesso de vibração, por exemplo, a plataforma gera um alerta e a manutenção planeja sua intervenção.
Estamos falando de um alto nível de prevenção, cujos impactos vão do aumento da produtividade à redução de custos com paradas inesperadas e reposição de peças.
Tendo isso em mente, podemos discutir com mais propriedade as vantagens de atuar diretamente com essa tecnologia.
Motivos para estudar Computação em Nuvem
O trabalho com Cloud Computing é uma tendência tão relevante que não pode ser ignorada pelos profissionais do setor de tecnologia.
Estamos falando de uma solução que permite à empresa deixar de lado um investimento pesado em infraestrutura — não só hardware, mas a própria edificação para armazenar os servidores.
Consequentemente, é natural que boa parte das organizações migrem para esse modelo, mesmo que não de forma integral.
Isso traz consigo uma demanda por mão de obra especializada para lidar com a nuvem, algo que pode ser notado no mercado.
Os profissionais especializados em Cloud tendem a receber boas propostas para gerenciarem esse tipo de infraestrutura.
Como mostra um estudo da Logic Monitor, a expectativa era de que 83% de todas as empresas do mundo estejam presentes na nuvem em 2020.
Esse investimento não é feito apenas no serviço, mas em pessoas qualificadas para migrar as plataformas e criar uma estratégia de gestão inteligente.
Um ponto interessante, nesse sentido, é que a nuvem pode custar menos se o uso for otimizado, a depender do contrato estabelecido com o provedor.
Portanto, uma equipe capaz de distribuir os recursos com inteligência — para reduzir o uso de espaço e processamento, por exemplo — se torna um diferencial importante para qualquer organização.
Então, se você quer fazer carreira em tecnologia, vale a pena investir em formação na área de Cloud para ocupar esse tipo de vaga.
Vale destacar que é um mercado bastante aquecido e que tende a receber investimentos crescentes nos próximos anos, devido ao esforço das empresas para promover a transformação digital.
Um MBA em Cloud Computing, por exemplo, é mais que um diferencial competitivo, já que ela amplia suas habilidades em diferentes aspectos.
O curso coloca você em uma posição de maior preparo para as inovações tecnológicas que estão em andamento. Afinal, a tendência é que soluções como Internet das Coisas e Inteligência Artificial estejam cada vez mais integradas — e isso passa pelo uso da nuvem.
Mas o que faz esse profissional? Para responder a essa questão, mostraremos a seguir a base de conhecimento e habilidades que ele deve ter.
Como iniciar uma carreira em Cloud Computing
O primeiro passo é ter uma graduação na área. Você pode ser formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão de TI, Ciências da Computação e outras áreas mais específicas como Sistemas de Informação e Redes de Computadores. A depender da sua instituição de ensino, é possível que você já seja colocado em contato com alguns conceitos básicos de nuvem na graduação.
Porém, a melhor forma de entrar de cabeça nesse mercado é com uma Pós-Graduação ou especialização. No primeiro caso, você pode buscar por um curso de Gestão de TI, Business Intelligence e Big Data, Engenharia de Software ou mesmo um curso focado exclusivamente em Cloud.
Esse último, é claro, trata do assunto como tema central e oferece um preparo muito mais aprofundado para lidar com a tecnologia.
Somado a isso, cursos de especialização podem ser sempre interessantes para ampliar seu conhecimento em determinadas áreas, tecnologias, métodos e conceitos.
Ainda assim, a Pós-Graduação continua sendo o canal mais confiável para acesso às habilidades que o mercado exige, já que o corpo docente conta com tempo e ferramentas necessárias para promover uma aprendizagem mais robusta.
Os conhecimentos necessários para trabalhar com Cloud Computing
Se observarmos ainda a grade curricular dos cursos e as demandas do mercado de trabalho, podemos identificar quais são os conhecimentos essenciais que esse profissional deve ter. Veja a seguir os essenciais.
Programação
Independentemente do nicho específico de atuação na equipe, é fundamental que você tenha produtividade na programação. Essa é uma das habilidades básicas de todo profissional de TI.
Então, certifique-se de desenvolver essa capacidade ao longo do curso — se possível, já entrando em contato com linguagens utilizadas para gestão de aplicações na nuvem.
Desenvolvimento ágil
Como explicamos, a nuvem serve como base para uma série de aplicações e projetos.
Por isso, uma das habilidades essenciais de quem lida com Cloud Computing é o domínio de métodos de desenvolvimento ágil.
Além de saber programar, é importante dominar diferentes frameworks e ter aptidão para liderança.
Então, é importante se preparar de acordo com aquele adotado pela empresa na qual você quer atuar.
Somado a isso, é interessante que você lide bem com uma dinâmica de liberdade e autonomia, gerenciando seu tempo e focando prazos em vez de rotinas mais burocráticas.
Virtualização
A virtualização de servidores e recursos computacionais como um todo é parte significativa do trabalho com Computação em Nuvem.
A migração inicial, por exemplo, exige um bom planejamento para que a arquitetura combine alto desempenho e economia de recursos. Assim, o custo tende a ser menor.
Já na fase de gerenciamento dos servidores virtualizados, o processo deve ser de constante otimização, para que a nuvem seja densa. Isso significa usar menos espaço e processamento, por exemplo, sem deixar de atender às demandas da empresa.
Especialização em segurança
Detalhamos o quão importante tem sido a cibersegurança para o mercado de TI, sobretudo no contexto da nuvem.
Isso deve ser levado em conta no processo de formação, já que todo profissional de Cloud deve estar atento a eventuais fatores de risco no gerenciamento dos servidores — mesmo quem não trabalha diretamente com a questão da segurança cibernética.
Visão estratégica dos serviços
Tenha em mente que todo trabalho voltado para a nuvem deve partir de um conhecimento estratégico do papel dessa tecnologia nas empresas.
Mais do que simplesmente otimizar o espaço e o processamento, é importante ter em mente as oportunidades que a Cloud gera.
Novos produtos e serviços são criados a todo momento com base no potencial disruptivo dessas novas tecnologias. Por isso, o profissional de Cloud deve entender o impacto da nuvem, as vantagens da sua flexibilidade e de que forma isso se relaciona com as demandas específicas da sua empresa.
Como você pôde ver, são fatores que levam a Computação em Nuvem a uma posição de destaque em meio a tantas tecnologias inovadoras.
Com uma formação de qualidade e uma visão estratégica do potencial que ela traz, é possível utilizá-la com muita inteligência e construir uma carreira sólida nesse mercado. Então, vá em busca desse conhecimento e conquiste seu espaço no mundo da tecnologia!
Se gostou do nosso guia completo, aproveite para compartilhá-lo com seus colegas nas redes sociais e discuta com eles os benefícios dessa nova era de serviços em nuvem!
Parabéns e muito obrigado por esse excelente artigo: claro, objetivo e esclarecedor. Eu o compartilhei com meus alunos.
Que bom que gostou, professor! Ficamos muito felizes de compartilhar conteúdo útil com vocês.