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Vida Online: entenda o impacto no dia a dia dos usuários!

Nos dias de hoje, é quase impossível encontrar uma pessoa que não esteja conectada a alguma ferramenta da vida online, seja redes sociais ou até mesmo (...)

Autor: Gabriella Uota

Por Fernando Secali *,
Numa geração dominada pelas redes sociais é muito difícil encontrar alguém “desconectado”. É raríssimo aquele que não tem pelo menos um pedaço da sua vida sendo online e normalmente quanto mais jovem, maior é o tempo que passa na internet. 
Pesquisas indicam que o brasileiro passa quase 10 horas por dia conectado, sendo a população mais ativa do mundo nesse quesito. 
No início desse ano, um dos principais fabricantes de tecnologia do mundo divulgou uma projeção para os próximos 3 anos, onde 90% dos acessos à internet será realizado por dispositivos móveis
Esses dispositivos serão impulsionados por 3 novas tecnologias emergentes:

Essa combinação possibilitará conexões praticamente sem limite de capacidade ou velocidade, conectando tudo com todos e a ampliação da vida online pelas postagens se tornará imprevisivelmente mais intensa. 
Se hoje o cenário nos mostra milhões de fotos postadas por minuto, essas postagens serão agregadas a um crescimento exponencial de conteúdo em forma de vídeo e transmissões ao vivo pela internet. 
Todas as redes sociais importantes já estão preparadas tecnicamente para essa realidade, aumentando as facilidades e limites para “Stories”, “Streaming”, “Live Streaming” e muito mais.
Se o mundo já era competitivo no âmbito profissional, com as redes sociais isso se expandiu para o âmbito pessoal em larga escala. É uma competição em rede aberta, onde o objetivo é existir pelo olhar do outro. Afinal, se o outro não ver, então não tem graça. E em breve poderá ser visto muito mais!
Vidas poderão ser um reality show constante, aprimorando o conceito de que é mais importante mostrar que se está fazendo algo legal, do que realmente fazer, aumentando a carência por atenção em forma de curtidas – normalmente apenas expressões vazias – já que ninguém se importa muito além de um like ou “coração”.
Por conta de todas essas preocupações, existem movimentos contrários a essa superexposição online, que ainda tende a aumentar muito. São pessoas pregando a necessidade de um mundo menos conectado, uma corrente contrária, sem tanto apego às redes sociais.
Um desses movimentos de interessados em se desconectar mais, chama-se J.O.M.O. (Joy Of Missing Out), que foi se espalhando pelo mundo e conquistando vários adeptos.
Tudo começou com o livro que gerou a sigla The Joy of Missing Out: Finding Balance in a Wired World, da escritora Christina Crook. 
Nele, ela fala sobre a importância do sucesso e dos valores que são transmitidos online e sobre repensarmos o nosso relacionamento com o mundo digital, descobrindo novas maneiras de introduzir equilíbrio e disciplina no papel da tecnologia em nossas vidas.
Em português, podemos dizer que JOMO, significa a alegria de não estar em todos os locais ao mesmo tempo. É sobre estar no lugar presente, viver o aqui e agora sem ter a necessidade de compartilhar compulsivamente o seu cotidiano nas redes sociais.
Alguns milhões de pessoas, não estão interessadas em saber o que seus amigos almoçaram, onde estão indo cortar o cabelo ou mesmo o que pensam sobre algo que muitas vezes nem entendem. 
Os adeptos do movimento ou os que simplesmente gostam da ideia, escrevem coisas como, “O que quer que você faça, esteja presente” ou “Comece a fazer as coisas que gosta e não simplesmente fique dizendo isso sem parar”.
Para participar ou apenas pensar nisso, não é preciso se excluir do mundo digital ou nunca mais entrar na internet. É claro que a maioria de nós não pode ficar sem o seu Smartphone. Postar um ou outro acontecimento é normal, mas a ideia é não viver em função disso. Ser JOMO não é ser um eremita digital. 
Gosto de citar o JOMO junto com outro movimento bem mais antigo, que leva a uma ideia parecida. O movimento chamado Y.O.L.O., sigla também em inglês que vem da música You Only Live Once, da banda The Strokes, também associado a um estilo de vida e que se transformou em uma “gíria de internet” pregando a filosofia de viver bem cada momento que a vida proporciona.
Psiquiatras e Psicólogos apontam para diagnósticos onde não existe mais distinção entre a vida online e a off-line. 
O índice de distúrbios psicológicos aumenta a cada ano e de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, o Brasil liderou o ranking dos países com mais pessoas ansiosas e depressivas. Lembrem-se de que os brasileiros são os que mais tempo permanecem online.
Em ambientes digitais, as pessoas encontram espaço para a exposição de acontecimentos de suas vidas e a teórica promoção de si mesmos, suprindo a necessidade de admiração e reconhecimento de outras pessoas. 
Elas se sentem incompreendidas e injustiçadas porque consideram-se originais e suas vidas merecedoras de toda atenção, mas ao perceberem que não existem os milhares de seguidores esperados, passam a odiar tudo, viram ‘odiadores’ online – do inglês haters.
 Além disso tornam-se depressivos ao constatar pelo desprezo coletivo, que todo o arquétipo criado para se tornar interessante através de uma cópia barata, não funcionou como o esperado. A vida exibida na internet de uma forma geral é sempre muito idealizada, tudo é perfeito, bonito, como em comerciais de margarina. 
Muitas pessoas ao verem constantemente estes conteúdos sentem-se em desvantagem e insatisfeitas com a própria vida e com aquilo que são e têm, levando ao quase óbvio caminho da depressão, um dos grandes efeitos colaterais do excesso de vida online!
Com as tecnologias crescendo mais a cada dia que passa, as tendências para esses “sintomas” são de apenas piorar, até mesmo por tudo estar se tornando digital, e para melhorar isso – ou ao menos tentar -, é importante que os cuidados com a saúde mental estejam cada vez mais presentes no cotidiano da população e, principalmente, dos adolescentes.
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* Engenheiro eletrônico, com especialização em Telecomunicações, fundador da da DFH Engenharia, participa da diretoria da TalkD Soluções em atendimento, professor universitário, além de já ter realizado palestras sobre negócios com redes LTE 4G e SD WAN. 

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